10.4.10

O tempo


Essa maçã podre na sua sala,
Me dá uma ideia muito clara
De que o tempo não para.
Todas essas ruas escuras e silenciosas,
Vão fazendo círculos nessa prosa.
Mas mesmo assim eu não paro.

Eu vou até o fim.
Eu quero ver o fundo do poço.
Eu vou escalar, vou renascer.
Em cada esquina, vejo uma possível salvação.
Em cada esquina, sinto uma mente cheia de dúvidas e ideias,
Reprimidas por seus superiores inquestionáveis.
Verdades distorcidas e foscas.
Olhos mentirosos e bocas caladas.
E tudo isso me lembra que,
Não, o tempo não para.

E parei pra passear no tempo,
E quem sabe voar um pouco com o vento.
Observar o pássaro voando,
E tentar continuar pensando,
que o tempo não para.
Mesmo se eu quiser,
Meu coração vai puxar meu pé.
Eu tento não andar de ré.
Mas com todos esses resquicios da fé,
É difícil não pensar...
Que o tempo não para.

A vida não é bela.
Seu encanto terminou junto com o da cinderela.
Eu escavo o máximo dela.
Tento achar ossos e almas escondidas.
Suas cores cintilam, e fazem um dueto com o vento.
A brisa arranha e o frio castiga.
Mas eu não sinto.
Não, eu não me importo.
A sensação de estar onde eu estou aprecia 10 vidas,
Vale mais que uma quantia inestimável de pratas,
vale mais que um sorriso.
É na quietitude sonora que encontrei,
O tesouro de piratas escondido,
Em uma ilha deserta de medo.
Os anjos vieram e acolheram,
Juntaram as conchas e fizeram o trono.
Manifestaram sua luz e riso.
Tempo não existe. É o agora.


Escritoras: Petra (eastsidedown.blogspot.com) e Joana (paraisodajoana.blogspot.com)

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